sábado, 24 de abril de 2010

A posse na "Ditadura da República"

Deus é grande. Depois de memorável festa na casa de uma amiga comum chamada Paula, de quem nunca mais tivemos notícia, no dia 7 de outubro, Maria e eu nos apaixonamos loucamente e esse é o dia oficial em que começamos a namorar. Ela fazia, na Universidade Federal do Paraná, os cursos de direito e de jornalismo. Ficamos noivos em Lages em 26 de março de 1967, abençoados pelo pastor Paulo Brasil, na casa dos pais dela, à Rua Correia Pinto, 372. O Paulo era um rapaz culto, pastor da Igreja Presbiteriana de Lages e um dia, para surpresa de muitos, saiu para tornar-se pentecostal, com igreja própria.

Em 3 de outubro de 1966 tomava posse na presidência da República ou, melhor dito, na Ditadura da República, o marechal Arthur da Costa e Silva, o primeiro de uma série de gaúchos que, rasgando a Constituição, subia ao poder legal, mas não legitimamente. Não tendo armas nem outro recurso, o povo brasileiro protestou com um sem-número de piadas em que ele fazia o papel de idiota. O movimento estudantil, que era organizado e fortíssimo, decidiu promover uma manifestação de protesto e seus líderes convocaram os universitários e secundaristas para um comício usando como tribuna as escadarias da Biblioteca Pública de Curitiba.

Na ocasião, o presidente da UNE – União Nacional dos Estudantes, era o senador José Serra, que foi ministro da saúde do atual governo do PSDB e se candidata à presidência da República. Quem o viu e quem o vê! A propósito, deixou em seu lugar um ex-aluno meu de inglês, Barjas Negri, que é de Piracicaba, onde hoje tenho duas escolas de inglês franqueadas. Outro aluno da Escola Lessa foi o atual ministro da justiça, Miguel Reale Jr.

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