domingo, 25 de abril de 2010

O "Sermão do amor livre" foi um Deus-nos-acuda

Meus sermões tinham firme embasamento nas Escrituras, conforme se pode ver nos esboços distribuídos todos os domingos e devidamente arquivados, feitos para que a Igreja pudesse acompanhá-los “pari-passu” e depois discuti-los numa assembleia informal. Não que eu não cometesse erros. Afinal era dono de vasta inexperiência, mal saído das fraldas do Seminário e sem ter cumprido o ano de licenciatura, hoje obrigatório. Preguei um sermão polêmico sobre “Relações pré-conjugais” em outubro de 1965, no domingo seguinte a uma reportagem de capa, sobre o mesmo tema, da revista REALIDADE, que ocupara o lugar de O CRUZEIRO como a maior revista nacional.

A atriz Ingrid Thulin, sueca, afirmava que tinha deixado a Igreja por esta ter gente muito atrasada. Ela defendia relações pré-matrimoniais, desde que houvesse amor. Expus à Igreja o conteúdo da matéria e, no final, deixei bem clara a posição do cristão nessa momentosa questão. Foi um deus-nos-acuda. Meses mais tarde, o saudoso Rev. Antônio de Godoy Sobrinho fez-me esta crítica inteligente e sensata: meu erro tinha sido não na apresentação da doutrina bíblica e sim na falta de ênfase sobre ela. “Você passou três-quartos do tempo falando sim e só uma quarta parte falando não. Ficou a impressão de que defendia o amor livre”.

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