sábado, 24 de abril de 2010

No roseiral da vida existem rosas e espinhos

Num trabalho desta natureza, abrangendo tantas pessoas e cerca de dois séculos, é natural que, entre elas, tenham ocorrido alguns episódios desagradáveis, rupturas traumáticas, sofrimentos bem grandes. Para alguns, o simples registrar de tais acontecimentos pode trazer amargura e até lágrimas. Poderiam pedir-me que os omitisse, para não desenterrar as tristezas de relacionamentos rompidos. São, no entanto, páginas reais e, querendo nós ou não, fazem parte da história.

Ao registrá-los – e o farei com a discrição possível – peço a compreensão de todos. Usarei o critério da Bíblia, para muitos de nós a Palavra de Deus revelada, em relação ao seu povo e à sua igreja: ela conta o caso como foi e não como deveria ter sido. Assim é que vemos o grande Davi, ascendente direto de Jesus, em altos píncaros espirituais, escrevendo o Salmo 23 e cometendo terrível assassinato ao mandar que deixassem o general Urias morrer para ficar com a mulher dele, Betsabá. Na genealogia do próprio Senhor Jesus está registrado que havia quatro mulheres pecadoras, uma delas Raabe, a meretriz.

Assim é a vida. Ao contemplar um roseiral, erra o pessimista, que só vê nele espinhos, e erra o otimista, que só enxerga as rosas. No roseiral da vida há rosas e espinhos e é vendo os dois que contemplamos a realidade.

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