sexta-feira, 11 de março de 2016

Um toró fez mudar os planos


Voltando ao romance na capital paranaense, Cleto, sendo moço e conhecedor da situação, convidou, então, a Mariazinha para irem ao culto da Igreja Independente a fim de conhecerem aquele pastor com 25 anos de quem se falava ser ecumênico e pregar contra o latifúndio, fazendo estudos bíblicos sobre Amós, o profeta da justiça social. Até padres pregavam na sua igreja, coisa que jamais tinha acontecido antes!  Um temporal, porém, inundou a cidade nesse domingo e não puderam ir. Coisas da Providência Divina.
Vivia eu, então, esse novo enfoque da minha fé. Em reunião constante com padres, freiras e outros pastores de diferentes denominações, adquiri o hábito de ouvir a outra parte antes de julgar. Na infância e adolescência sempre ouvira dizer que os católicos romanos adoravam as imagens de escultura, contrariando um dos dez mandamentos. Nunca me esqueço de que o padre Ozir Tésser me disse que isso não era verdade e me perguntou: Você tem aí com você uma foto da Maria? É claro que eu tinha. Mais de uma. “E você não beija essas fotos?”, ele quis saber. “Toda hora”, respondi. “E você acha que, por isso, está adorando a sua namorada? Está colocando ela (sic) no lugar de Deus? Pois, do mesmo modo, quando um católico beija a imagem da virgem Maria, está mostrando sua admiração por uma camponesa que deu à luz sozinha numa estrebaria numa noite de inverno e que teve o privilégio inaudito de ser a mãe do nosso Salvador, nada mais do que isso”.

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