Voltando ao romance na
capital paranaense, Cleto, sendo moço e conhecedor da situação, convidou,
então, a Mariazinha para irem ao culto da Igreja Independente a fim de
conhecerem aquele pastor com 25 anos de quem se falava ser ecumênico e pregar
contra o latifúndio, fazendo estudos bíblicos sobre Amós, o profeta da justiça
social. Até padres pregavam na sua igreja, coisa que jamais tinha acontecido
antes! Um temporal, porém, inundou a
cidade nesse domingo e não puderam ir. Coisas da Providência Divina.
Vivia eu, então, esse
novo enfoque da minha fé. Em reunião constante com padres, freiras e outros
pastores de diferentes denominações, adquiri o hábito de ouvir a outra parte
antes de julgar. Na infância e adolescência sempre ouvira dizer que os
católicos romanos adoravam as imagens de escultura, contrariando um dos dez
mandamentos. Nunca me esqueço de que o padre Ozir Tésser me disse que isso não
era verdade e me perguntou: Você tem aí com você uma foto da Maria? É claro
que eu tinha. Mais de uma. “E você não beija essas fotos?”, ele quis saber.
“Toda hora”, respondi. “E você acha que, por isso, está adorando a sua namorada? Está colocando ela (sic) no lugar de Deus? Pois, do mesmo modo, quando um
católico beija a imagem da virgem Maria, está mostrando sua admiração por uma
camponesa que deu à luz sozinha numa estrebaria numa noite de inverno e que
teve o privilégio inaudito de ser a mãe do nosso Salvador, nada mais do que
isso”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário